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Melancolia

 Sozinho,de luto em luto eu luto,bebo meu vinho,fumo meu charuto... E assim sozinho eu enfrento os meus fantasmas interior todos os dias. E às vezes eu até consigo sorrir numa esperança louca de uma pequena alegria. E por linhas tortas escrevo frases e poesías. À procura do que me falta no âmago da alma caminho por aí até me cansar. Volto... Aí vem o silêncio, o medo,o nada, somente eu e os livros... E no auge sufocante da minha agonia faço uma coisa e outra para tentar disfarçar toda essa tirania melancólica que me faz questionar  por que eu ainda estou vivo! E sempre dentro de mim aquele enorme vazio!... As horas são lentas... Os dias parecem que não tem fim. Em minha mente tudo está sempre turvo, chuvoso, estranho e frio. Parece que o tempo todo estou andando por sobre nuvens escuras. Sou poeta. Portanto - sou triste!... Mas adormecida em meu coração ainda resta uma pequena esperança quase sem cura que está sempre à procura de um sonho...- Que talvez já nem existe!...

Coração veleiro

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Invisível

   Eu sou o sem nome, quase invisível, que bate a sua porta... Com medo, frio,fome,de calça rasgada, camisa suja e gravata torta. Sou aquele que tem como fiel companheiro não um alguém mas sim um pequeno cão. Sou aquele que tem a pedra como travesseiro e a calçada como colchão. Sou aquele que você nega um pedaço de pão... Aquele que dorme ao relento em meio ao frio,sol, chuva, vento... Sou filho do desgosto,da solidão. Sou aquele pelo qual você vira o rosto ou encolhe as mãos. Sou aquele que vive da dura realidade e não da ilusão... aquele que sabe a dor da opressão...e que mesmo certo, nunca tem razão. Sou eu. Sou eu... Também sou seu irmão

Beije...

 Beijes meu caixão. Sintas toda dor! Beijes-me com paixão. Não te sintas com pavor. Guardes a tua última oração. Negro é o sangue do amor! Aqueças o meu corpo pálido e frio. Tudo está tão triste e vazio! Ninguém me trouxe uma única murcha flor! Abraces meu caixão. Sinta toda dor. Beijes minhas mãos! Dê-me o teu calor. A morte - talvez seja um sonho louco cheio de alucinação. Guardes Como recordação aquela tua última palavra que mortalmente feriu meu coração. Olhes com contemplação para a lua que no alto jaz sem cor! - Um momento de transfiguração da alma que morreu dependurada na cruz mutilada do amor. Não tivestes compaixão! - Pois de um louco amor matastes este teu anjo sonhador. Venhas para o meu caixão que a noite está chuvosa e fria. Venhas sentir a sensação! - Não temas a noite sombria. Somente a morte tem razão - o resto é fantasia. Ouças a última sinfonia... Beijes os meus lábios gelados com os teus lábios mudos. Olhes! -Tudo está frio, parado, estranho, calado... Agora o nada