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A meretriz

 Morre aos poucos, fatigada, delirante, taciturna... a pálida meretriz na solidão noturna. Ali no leito, onde já fora chamada de imperatriz - Quantas e quantas noites de orgia?! Brincava, gozava, sorria... - Mas não era feliz! Entre gemidos, lascívias e lassidão, senhores ébrios e jovens cheios de uma mesma ilusão... Noites quentes de venturas...carteados, cigarros, vinhos, gargalhadas... - Lembranças vagas de uma triste criatura!... Quantas vezes sentiu-se violentada?!... E constrangida e indefesa não reagiu e ninguém fez nada?!... Sonhos mutilados ainda tão cedo na vida!... E a cada beijo que ganhava era uma nova ferida que em seu pobre coração se abria. E muitas vezes querendo chorar ela sorria ! - Também sabia ser atriz. Adeus, óh rainha da noite !...Bela e eterna meretriz! Noiva predileta da solidão... Levarás contigo o segredo de tua única e grande paixão. Mas quem sabe agora em teu perfumado leito de morte ( que já não é mais um recanto repleto e que infelizmente tornou-se em um