A praça
Um dia, reunidos em uma praça, estavam um poeta embriagado,um velho palhaço que em nada mais via graça e uma bela mulher que se dizia a dama das ruas. A deslumbrante dama estava semi nua por baixo de sua manta surrada. O palhaço faminto revirava um latão de lixo. O poeta,os seus versos urrava como se fosse um feroz bicho. A bela dama das ruas cantava, dançava... - como em seus tempos de menina - e com saudade e dor relembrava a sua áurea época de bailarina. O palhaço, triste chorava... Chorava e soluçava. E o poeta declamava uma angustiada poesia para uma enorme platéia que somente ele via. Aquela noite estava silenciosa e fria e as ruas, entorno da praça, quase vazias. De repente ao alto, numa janela de um velho prédio ali perto uma fresta se abria... Pouco tempo depois alguém caia. Era uma moça que voar não sabia. Após este trágico evento os três artistas se despediram sem nenhum gesto de afeto ou até mesmo de fingida alegria. O poeta foi abrigar-se em frente a uma biblioteca fechada,onde deixou em umas das portas o resto de sua poesia. A dama,cansada,sentou-se em uma calçada defronte a um luxuoso hotel e pôs-se a sonhar uma vida de requinte e conforto. E até esboçou sonhadora,um ar de ilusória alegria. O palhaço, como não encontrou nenhum circo - pois ali já não havia - decidiu repousar o seu cansado corpo sobre a escadaria de um antigo teatro onde deitou-se ( Não sorria. E questionou em voz alta "se deus realmente existia!"... Olhou para o alto - e os seus olhos brilharam por ver algo que ninguém mais via ! ) E ali ele amanheceu morto. E em seu rosto se via algo tão belo e tão cheio de fantasia que as pessoas que por ali passavam e olhavam nada entendiam! ... - O palhaço agora sorria!...
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